Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida
e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades
para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E
esperança suficiente para fazê-la feliz.

CLARICE LISPECTOR

Sejam Bem- Vindos!!!

OBRIGADA A TODOS QUE ACOMPANHAM O BLOG. ESTAMOS COM MAIS DE 30.000 MIL VISITAS!!!!!































































































Leituras Indicadas


quarta-feira, julho 25, 2012

Foi lançada a campanha: Não à Medicalização da Vida!!!!


Leia a Cartilha:


Apoio Conselho Fereral de Psicologia:

A Campanha Não à Medicalização da Vida já está no ar. Participe! Leia a cartilha que fornece subsídios para a Campanha

sábado, julho 21, 2012

X Jornada Internacional Sobre Violência Contra Crianças na UERJ

 X JORNADA SOBRE A VIOLÊNCIA
CONTRA CRIANÇAS
Teoria e Prática


23e 24 de agosto de 2012
Local:
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
PROJETO DE CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO
PARA O ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS VÍTIMAS
DE VIOLÊNCIA

Campus Maracanã, Pavilhão João Lyra Filho.
Sala 10.001 bloco D.
Terças, quartas e quintas feiras a partir das 11h.
INFORMAÇÕES:
2334-0136/2334-0108

sexta-feira, julho 20, 2012

No reino das Espertezas a Violência do abuso sexual contra crianças

Dica de livro No reino das Espertezas a Violência do abuso sexual contra crianças. Nessa obra de referência,  a Professora Doutora Maria Luiza Bustamante Pereira de Sá, aborda a temática do abuso sexual contra crianças, onde nos alerta sobre os danos e repercussões de atos tão destrutivos à infância.


Vale apena conferir!!!!!

José Angelo Gaiarsa - O corpo em movimento



 
Queridos Blogueiros, segue um achado fantástico do fenomenal  José Angelo Gaiarsa. Saudade Gaiarsaaaa!!!!!

 
Vale muito apena assistir!!!!!

quarta-feira, julho 18, 2012

Curso de Atualização: Melanie Klein – A Técnica do Brincar em 6 Lições


Clínica da perversão: o perverso narcísico o mal da contemporaneidade

Othelo de Shaekespeare





Clínica da perversão: o perverso narcísico o mal da contemporaneidade
(ensaio)

Andreia Silva

       Você conhece alguém que é a eterna vítima? No entanto, numa análise apurada e inteligente esse posicionamento pode ser questionado. Está sempre envolvida em situações curiosas e polêmicas, porém parece que está blindada, pois ninguém questiona o seu caráter?!
      Costuma fazer  comentários capciosos acerca do outro, que num primeiro momento são despretensiosos, mas que tem no fundo o intuito de denegrir alguém? São comentários sempre endereçados?! Promove a animosidade entre as pessoas e até a separação das mesmas e sempre se isenta de tal ato? Ok, é bem possível que você esteja lidando com um perverso moral!
       Na clínica da perversão aprendemos como é difícil desmascarar um psicopata, sedutores, manipuladores e mestres na mentira, conseguem mobilizar fãs ardorosos! O que nos resta é sutilmente levar as pessoas a um processo de tomada de consciência, para que aos poucos consigam se libertar do engendramento perverso.
       Chamamos o psicopata de perverso moral, porque ele ataca a identidade do outro, é profundamente invejoso, e tenta destruir no outro aquilo que há de melhor, pois sabe que nunca irá conseguir ser ou ter o que o outro possui. Ao contrário do que muitos pensam, o perverso moral na maioria das vezes almeja destruir qualidades do outro, como entusiasmo, bondade, alegria de viver. E consegue isso na relação que estabelece, assediando moralmente o seu objeto de ódio.
       Os psicopatas não têm amigos! Ele recruta seguidores, que na  maioria  das vezes não percebem que estão sendo manipulados. Excelentes observadores, conseguem identificar os pontos de fragilidades de cada um e  ali atuam. São ótimos em reassegurar o outro, os que lhe conferem imediata aceitação e fácil adesão. Geralmente procuram se  aproximar de quem podem lhes dar alguma coisa em troca. Pessoas com posições sociais elevadas são as suas companhias preferidas.
       Os psicopatas ou perversos morais não se satisfazem com  qualquer posição na vida, geralmente são objetos do seu desejo lugares que lhes assegurem credibilidade perante aos demais, meios políticos, religiosos, educacionais, etc; são postos almejados pelos perversos morais.
       A manipulação e a vitimização são as grandes estratégias dos perversos. A dinâmica do psicopata é a de colocar o outro na condição de objeto. E vai assujeitar esse outro até que o descarta quando não mais interessá-lo. A HISTERIA COLETIVA DESPROPOSITAL E AS INFORMAÇÕES FALSAS SÃO SINAIS VISÍVEIS DA ATUAÇÃO DO PERVERSO.
Como ocorre a manipulação perversa?
       Como já foi mencionado os psicopatas não conseguem estabelecer relações com o outro, por sua incapacidade empática e dificuldade de enxergar esse outro como um ser inteiro, dessa forma, a relação que estabelece é unilateral e de assujeitamento desse outro as suas vontades.
       Os seguidores do psicopata demoram a tomar consciência de que estão sendo manipulados e quando se dão conta disso, já funcionaram como objeto nas mãos dos perversos morais. Alguns especialistas traçam perfis dessas vítimas/seguidoras, contudo, percebo que pessoas esclarecidas caem constantemente no jogo de sedução e enredamento perverso.
       A linguagem do psicopata é sempre desqualificadora com relação ao outro. Dificilmente fere esse outro, que é seu objeto de ódio, frontalmente. Ele utiliza alusões perversas, promove a ruptura das relações entre as pessoas em discursos ou falas onde sempre está oculto um ataque à alguém (seu objeto de ódio ou inveja).
      Em  raras ocasiões perversos morais não levam a melhor, quando os percebemos e compreendemos a sua dinâmica eles são previsíveis, e caem nas suas próprias ciladas...falam demais, inventam demais, mentem demais e finalmente desmascarados ficam perdidos em seus próprios delírios megalomaníacos.
       Finalmente é de extrema importância que tomemos cuidado com psicopatas ou perversos morais, pois são inteligentes e ardilosos, por onde passam deixam um rastro de discórdia e destruição. Não há o que consiga parar um perverso moral!  Já ouvi alguns especialistas afirmarem que quando se deparam com o seu vazio; há uma chance. Bem,  estou  há anos na clínica nunca testemunhei tal fato.


Indicação de Leitura:



ASSÉDIO MORAL: DEFINIÇÃO E TÉCNICAS DE DESESTABILIZAÇÃO DOS ASSEDIADORES








ASSÉDIO MORAL: DEFINIÇÃO E TÉCNICAS DE DESESTABILIZAÇÃO DOS ASSEDIADORES
por Andreia Psi

Definição:
Assédio Moral é a Violência velada ou declarada, que tende a dirigir seu ataque a identidade do outro.
Inicia-se pela recusa à diferença.
Manifesta-se por um comportamento no limite da discriminação.
Atos perversos. constantes, de falta de respeito, mentiras e manipulações que podem levar a verdadeiros assassinatos psíquicos.
Processo real de destruição moral.
Técnicas de desestabilização habituais nos perversos:
Subentendidos
Alusões malévolas
Mentira
Humilhações
Um indivíduo perverso é permanentemente perverso; ele está fixado nesse modo de relação com o outro e não se questiona em momento algum.
Seja na violência direta ou indireta os ataques perversos são atos predatórios, ou seja, um ato de apropiar-se da vida do outro. Sem considerá-lo como ser humano
Manipulação perversa:
► capacidade de inverter os papéis.
►o agressor torna-se agredido e a vítima assume o lugar do agressor.
► A culpa permanece sempre do mesmo lado (o da vítima).
► Para ter credibilidade, desqualifica a vítima.
O perfil do assediador é o mesmo perfil do perverso, geralmete ele denigre a imagem de alguém, por exemplo, com pseudo preocupações. Ex.: Você sabia que fulano está assim? Está fazendo isso ou aquilo! Estou tão preocupado!
E dessa forma vai a um e a outro com "preocupações falsas", onde na sua fala está embutida o ataque a imagem e credibilidade do outro. Sempre colocando esses ataques como uma grande confidência.Ex.: Estou dizendo isso porque confio em vc!

Na maioria das vezes é difícil detectar assediadores, principalmente se eles ocuparem posições que exigem que os mesmos passem a idéia de que estão dentro das leis que regem o convívio com outros os seres humanos: como respeito e empatia.
Difícil mas não impossível a olhos bem atentos.



Analísem



















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segunda-feira, julho 16, 2012

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICANÁLISE INFANTIL



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A ÉTICA DO RESPEITO NA CONTEMPORANEIDADE: RESSIGINIFICANDO OLHARES NO CAMPO DA SAÚDE.







A ÉTICA DO RESPEITO NA CONTEMPORANEIDADE: RESSIGINIFICANDO OLHARES NO CAMPO DA SAÚDE.

por Andreia Silva

Em tempos de desenvolvimento de tecnologias super avançadas que atravessam de forma cada vez mais intensa as diferentes esferas da vida humana interferindo na relação do homem com o mundo, se faz imprescindível pensar à relação entre ética, ciência e tecnologia.

O projeto de Modernidade da qual somos herdeiros teve como fatores importantes o surgimento de diferentes visões de mundo, baseadas no progresso e na previsibilidade (na determinação científica).
A modernidade terá como motivo unificador a celebração do individuo e da liberdade individual. A cosmologia científica se encarregará pela busca do controle e da predição, por modelos matemáticos e mecânicos e pela visão de um universo constituído por partículas mortas.
A busca pela predição, a exaltação do determinismo das ciências cujo objetivo era tornar a realidade uniforme, testável e empírica, atingirá de forma implacável o modo de vida das sociedades ocidentais, favorecendo a processos irreversíveis como a globalização.

Os parâmetros sociais passam a ser a excelência a qualquer custo e a alta perfomatividade nos diferentes campos de atuação do homem. A construção das metanarrativas irá coincidir com o fenômeno dos “especialismos”, que terá como representante oficial o conhecimento acadêmico.

De acordo com Filho (2000) na Modernidade a fragmentação do conhecimento e a multiplicação de disciplinas que engendram o processo de departamentalização nas universidades, impedem a integração dos conhecimentos, e o processo de interdisciplinaridade. Ainda de acordo com Filho (2000) o especialista formado na universidade moderna pode ser denominado como um “bárbaro moderno”, aquele que sabe quase tudo sobre quase nada, o que não tem a visão do todo, do conjunto, muito menos a visão da articulação dos seus conhecimentos.

Não pretendo aqui falar minuciosamente do processo pelo qual a humanidade foi inserida a partir do paradigma Moderno, mas sim, fazer apenas um recorte para ilustrar que algumas práticas hoje tão criticadas principalmente pelos chamados pós-modernos, advindas do projeto de Modernidade, tem a sua gênese na formação profissional das diferentes áreas do conhecimento.

A Modernidade trouxe não só os especialismos, como também a onipotência de determinadas áreas do saber, e a saúde nos dá ótimos exemplos, não é de hoje o grande “cisma” que existe entre o saber médico com a sua pretensão de se tornar um saber hegemônico e as demais formas de saber, de profissionais também ligados à saúde: sejam psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, equipe técnica, etc.

Essa ruptura tem importantes conseqüências no que concerne a relação entre os diferentes profissionais, e principalmente na relação deles com aqueles que necessitam de cuidados. O desenvolvimento acelerado de diversas tecnologias que visam objetivar a realidade, dá-nos uma amostra de como a ciência tenta predizer também o homem, esquadrinhando-o.

A predição do homem anula a sua subjetividade, cada comportamento inadequado é explicado via sinapses químicas, neurônios disfuncionais, que terão como solução uma pílula eficaz para contorná-lo ou extirpá-lo.

Lidamos dessa forma com a tentativa de normalização dos comportamentos. Isso decorre de uma formação acadêmica fragmentada e distanciada da realidade. Esquirol (2005) nos chama atenção para esse distanciamento, ao falar de sobre a ética do respeito nos diz que essa só é possível, desde que estejamos vinculados com a realidade que nos cerca, onde olhar e atenção são movimentos importantes. O autor esclarece que a ética do respeito deve preceder as demais éticas, pois só o respeito é capaz de levar a uma atitude verdadeiramente moral.

De acordo com Esquirol (2005) numa época dominada pela ciência e pela tecnologia que nos remetem à hegemonia da cosmovisão técnico – cientifica, a ética do respeito se apresenta como uma concepção de mundo diferente, onde o respeito se tornaria o eixo de uma nova perspectiva.

Vivemos numa sociedade onde a superficialidade e o desequilíbrio são os seus principais sintomas. É comum ouvirmos falar das principais doenças da atualidade: como Estresse, Depressão, TDAH, dentre outras. Mas, acredito que o principal sintoma do adoecimento da sociedade contemporânea é a completa indiferença com relação ao outro. Indiferença que segundo Esquirol (2005), tem uma conotação moral, pois sendo o respeito uma atitude moral, a indiferença seria sua antagônica.

A ética do respeito da qual Esquirol fala nos remete ao outro, promove uma mudança de lugar com relação a esse outro, nos permitindo compreender a sua realidade. Uma visão técnico-científica apresenta um lugar fixo, “seguro”, conhecido, pois não é necessário trocar com o outro, é a ética do especialista.

Numa época dominada pela competitividade, pela indiferença que se reproduz na nossa formação profissional, é importante pensar formas de reverter esse processo, ressignificando o nosso olhar e conseqüentemente as nossas práticas.

Considerações sobre a relação entre a ética, à ciência e a tecnologia têm por pano de fundo a preocupação de humanizar a técnica, depois que ela ganhou autonomia no curso da modernidade e em atenção ao fato de que nos dias de hoje, com a biotecnologia e as manipulações genéticas, ela aparece com o poder de transformar o homem, gerando o homem geneticamente modificado e indiferente ao seu meio.

Esquirol (2005) fala que é impossível uma sociedade sem respeito, Hobbes em O Leviatã (1983) nos ensina que só é possível uma sociedade civil não regredir para o que ele denominou Estado de natureza, onde impera a violência, caracterizando o homem como lobo do homem, via contrato social , que será estabelecido pela coletividade visando o bem comum. Ao contrário do que acontece na atualidade, onde a desconfiança, o individualismo e a competitividade permeiam as relações interpessoais.

Numa época com essas características, a ética do respeito se apresenta como uma novidade: olhar o outro com atenção, e conseguir enxergá-lo pode parecer uma coisa óbvia, mas na realidade é um exercício que representa um gasto energia, que passa pelo interesse de descobrir o outro, enxergá-lo e entendê-lo.

Em palestra proferida pela professora Ana Feijó (professora do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro), para o curso de Pós-Graduação em Psicopedagógica no dia cinco de novembro de 2008 sobre Educação e Heterogeneidades, se referiu sobre o fenômeno que se instaurou a atualidade, que é o surgimento das diversas classificações dos transtornos mentais, que passaram a ser minuciosamente descritos nos grandes manuais de psicopatologia e etc. Segundo ela, o homem contemporâneo necessita desses mecanismos para que a realidade se torne reconhecível, criando uma ilusão de segurança, porque o que é da ordem do familiar se torna mais fácil de manejar.

Isso sem sobra de dúvida promove um abismo entre as pessoas, uma sociedade guiada por uma visão técnico-científica, é uma sociedade fria e desinteressada a tudo aquilo que diz respeito ao humano.

Desinteressada em entender toda a sua pluralidade e complexidade. Quando me aproximo do outro posso perceber toda a sua grandiosidade.



A ÉTICA DO REPEITO E A HUMANIZAÇÃO DA TÉCNICA



Kant em seu texto Que é Esclarecimento (1783) fala de dois estados em que homem pode se encontrar durante a sua vida, que ele denominou como autonomia e heterenômia. A autonomia ou maioridade do homem pode ser caracterizada como um estado em que o sujeito é capaz de fazer suas próprias escolhas, onde ele é capaz de deliberar sobre as coisas da vida, decidir o seu rumo. O estado de heterônomia ou menoridade, segundo Kant é uma condição em que o homem aceita o que vem de fora de forma acrítica, por preguiça e covardia.

Kant critica a menoridade do homem, segundo ele, o homem a escolhe porque é cômodo, essa menoridade não reside na falta de entendimento do homem, mas sim, na sua falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo em direção a outrem.

A menoridade é cômoda, assim como, a indiferença, em ambas não exige nenhuma implicação com outro e com a realidade que nos cerca.

No cotidiano das instituições de ensino podemos perceber práticas que levam toda a instituição ao estado de heterônomia: quando debatemos, discutimos e tomamos como verdade universais conhecimentos produzidos fora da nossa realidade social, saberes que são importados.

Essa situação também se reflete na atuação dos diferentes profissionais da área da saúde em nosso país, de forma alguma pretendo passar a idéia que o conhecimento vindo de fora deve ser descartado, contudo acredito que devemos ter mais coragem, saindo da situação de menoridade e darmos valor ao saberes produzidos dentro das nossas práticas profissionais vinculadas a nossa realidade. Prática que deve ser mediada por uma ética que considere a dimensão humana, como nos ensina Chiattone (2000 p 123): “Conceitos como a ética da dimensão humana não deve permanecer como um mero acessório na formação profissional. Aí a essência da tarefa”.

Oferecer a escuta para a pessoa em sofrimento, deixar se afetar pela sua presença, respeitando a sua singularidade, reconhecendo-a, e permitir que ela produza afetos que se desdobrem em ação terapêutica, é o parâmetro que deve nortear as ações daqueles que lidam com a saúde nos seus diferentes contextos.

No cotidiano de um Hospital na maioria das vezes encontramos lugares bem definidos, estando o saber médico no topo da pirâmide em detrimento a outras formas de saber. É curioso observar essa dinâmica, nada acontece sem a provação do “doutor”, muitas das vezes os outros profissionais atuam como coadjuvantes na ação terapêutica. Aliás, é importante lembrar que ação terapêutica vem do grego (therapéia, que significa solicitude, cuidado), que nos levam ao envolvimento com o outro, porém nos ambulatórios, hospitais e consultórios a realidade se apresenta de outra maneira, atendimentos frios mediados por prescrições de receitas e anamneses prontas.

Até mesmo o tratamento psicológico passa pela indicação do médico. Geralmente essa indicação só vem quando são esgotadas todas as formas de causas biológicas para um determinado problema. Isso ilustra bem o lugar que ocupa o saber psicológico dentro das instituições de saúde, o “lugar do não saber”, como nada biológico pode explicar determinado sintoma causador do sofrimento do sujeito, a frase que se ouve muitas vezes dos médicos é que: - “O problema deve ser psicológico.”.

Angerami (2000) nos lembra que a Organização Mundial de Saúde (OMS), define saúde como sendo o bem estar físico, mental e social e não apenas como ausência de doenças. Segundo esse autor essa definição nos leva a construção de um conhecimento, que envolve diversas formas de saber. Sem sombra de dúvida favorece a integração dos diferentes profissionais não de forma hierarquizada, mas sim verticalizada, produzindo um saber mais legítimo, assim como, um postura ética que não se restringe apenas na relação com o paciente, mas também, no reconhecimento dos diferentes profissionais e nas diversas abordagens..

Ainda segundo Angerami (2000) ao tratar uma pessoa, há de se considerar que ela está inserida num contexto social, o que vai de encontro a abordagens totalizantes do ser humano.

A psicologia nesse contexto assume uma função importante frente a determinismos tão comuns da área médica. Ao chegar a um hospital o psicólogo não tem lugar definido, a demanda vem por indicação do profissional da medicina ou às vezes da equipe técnica. E o paciente por sua vez pode recusar o atendimento psicológico, o que não ocorre na realidade com outros profissionais. O psicólogo é aquele que apaga os incêndios, no entanto, essa falta de lugar definido não deve ser vista como algo ruim, porque isso permite um trânsito maior do profissional.

Ele pode por sua vez como essa flexibilidade ser um canal para o enriquecimento das relações interpessoais, oxigenar o ambiente, humanizando-o. O profissional da psicologia pode contribuir para o fortalecimento da ética do respeito. Algumas vezes a subjetividade do psicólogo no respeito que dispensa ao doente, é entendido por outros profissionais ancorados por uma teoria e práticas fechadas, como uma incapacidade, falta de manejo com o paciente.

Quando nos perguntamos: Qual o lugar da psicologia dentro das Instituições de Saúde?

Responderia que é o não lugar, assim como, deveria se a dos demais saberes que atravessam essas instituições. A busca pela integração, pela interdisciplinaridade, onde todos devam buscar o bem comum e formas mais humanizantes de atuação. Como nos ensina Angerami (2000): a humanização dos atendimentos da área de saúde passa obrigatoriamente pela humanização do profissional da saúde, o qual está precisando se humanizar na medida em que distorce até mesmo alguns princípios teóricos que justamente preconizam a humanização dos atendimentos.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na era da ciência e da tecnologia os malabarismos da engenharia genética, a nanotecnologia, a produção cada dia maior de novidades dentro da robótica são pequenas amostras da evolução desencadeada pelo projeto da modernidade, da qual somos legítimos herdeiros.

O mundo passou a ser orientado por uma cosmovisão técnico-científica que não é capaz de abarcar as questões mais fundamentais no que se refere ao humano. A diversidade de saberes que se apresentam de forma fragmentada, onde cada um tenta ocupar um lugar fixo e imutável, ilustram bem essa visão esquadrinhada da nossa realidade.

Esquadrinhamento que vai refletir na maneira de enxergar o homem, geralmente em partes específicas, resultado do grande número de especialistas que integram a área de saúde que também será setorizada de forma hierarquizada, tendo o saber médico posição privilegiada.

A visão de mundo técnico - cientifica torna a realidade impessoal e afasta o homem do próprio homem, e será nesse contexto que inserimos a ética do respeito, que deve preceder a todas as éticas. Uma ética que treina o olhar, que promove proximidade e que faz com que percebamos o outro na sua essência.

Como nos ensina Esquirol a ética do respeito não apenas resgata o outro, mas ao resgatar o outro estou resgatando a mim mesmo. Essa é a regra de ouro da nossa atuação como profissionais de saúde.

Chiattone (2000) já dizia que para trabalhar e produzir é preciso conhecer, mas para comandar é necessário saber. E quem detém o saber absoluto sobre o doente? Ou melhor, sobre a doença?

Como é possível uma ação terapêutica que desconsidere o humano na sua pluralidade? Onde essa pluralidade do humano é vista por alguns profissionais da saúde como um excesso, que às vezes deve ser tolerado.

Acredito que para se apreender o verdadeiro sentido do adoecer humano e evoluirmos em nossas praticas é necessário despojamento e esvaziamento de egos, onde todos nos sejamos eternos aprendizes.

E isso que nos ensina à ética do respeito, no reconhecimento da diversidade e com o olhar atento aprendemos mais sobre o meio que nos cerca e conseqüentemente sobre nós mesmos.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



ANGERAMI, V. O ressiginificado da prática clinica e suas Implicações na realidade da saúde. In: Psicologia da saúde. São Paulo: Pioneira, 2000.



BAQUERO, M. Desigualdade e Ruptura do Contrato Social: cultura política e capital social. In: Direitos Humanos: alternativa de justiça social na América Latina. São Leopoldo: Unisinos, 2002



BOTELHO, Jesus J. Aulas ministradas no curso de Pós-Graduação em Psicologia Jurídica. Rio de Janeiro: Universidade Candido Mendes, 2011.



CAMILO, José. Universidade, modernidade e pós-modernidade. In: Escola e universidade na pós-modernidade. José Camilo dos Santos Filho, Silvia E. Moraes (orgs.) – Campinas, S.P. Mercado de letras; São Paulo: Fapesp, 2000.



CHIATTONE, Heloísa. A significação da psicologia no contexto hospitalar. In: Psicologia da saúde. São Paulo: Pioneira, 2000.



ESQUIROL, Joseph M. O respeito e o olhar atento: uma ética para era da ciência e da tecnologia. Editora Autêntica, 2005.



FEIJÓ, A. Educação e Heterogeneidades. Palestra proferida no curso de especialização em Psicopedagogia, UERJ, dia cinco de novembro de 2008.



GIACOIA JR, O. Ética, técnica, educação. In: BIGNOTTO, N.; MORAES, E. J. (Org.). Hannah Arendt — Diálogos, reflexões, memórias. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001 p. 48-62.



GRENZ, J; SMITH, J. Dicionário de Ética. São Paulo: Vida, 2003.





HOBBES, T. Leviatã. 3ª. Ed. São Paulo: Ed. Abril, 1983. (Coleção "Os Pensadores”)





MARCONDES, D. Iniciação à História da Filosofia: dos pré socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: ZAHAR, 1997.





ROMANO, B. W. A prática da psicologia nos hospitais. São Paulo: Pioneira, 1994.